domingo, 13 de março de 2011

Espécies vegetais - Sumagre

Uma das espécies vegetais que mais me surpreendeu quando cheguei a Vila Flor há alguns anos atrás, foi o sumagre. Embora ele esteja presente em muitos dos concelhos trasmontanos nunca me chamou à atenção. Foi a coloração vermelho vivo das suas folhas que primeiro me atraiu. Depois de saber o seu nome, e de investigar sobre a importância da cultura do sumagre na região, tenho estado mais atento e encontro-o em toas as freguesias do concelho, bem como nos concelhos vizinho.

Aproxima-se o Dia Mundial da Floresta. Pedi aos meus alunos que fizessem um trabalho sobre algumas espécies vegetais, para ser exposto no dia 21 de Março no polivalente da escola. "Convenci" um grupo a debruçar-se sobre o sumagre. A surpresa foi geral, ninguém conhecia o sumagre. Mas para isso é que serve a escola... para aprendermos.

Sumagre - Rhus coriaria L.

"O sumagre, de nome científico Rhus coriaria L., é um arbusto da família das Anacardiáceas, família botânica de plantas ricas em resinas e taninos, onde também estão inseridas espécies como o cajú, a manga, o pistacho, a aroeira e a cornalheira, sendo estas três últimas espécies arbustivas do género Pistacia, sendo a cornalheira - Pistacia terebinthus L. - também frequente nas matas e mortórios da vegetação mediterrânea duriense. O sumagre tem a sua inserção fitogeográfica na grande região mediterrânea, mais precisamente na sua sub-região mais oriental, tendo-se expandido a sua cultura para toda a mediterraneidade. Os romanos o utilizavam como condimento, sendo também muito antiga a sua utilização na preparação das peles e couros ou seja no artesanato e na indústria dos curtumes, utilização essa que entrou em declínio a partir do início do século XX, com o desenvolvimento de outras fontes de obtenção do tanino para a referida indústria.
É um arbusto de médio a grande porte, mesmo arborescente, de marcadas preferências por locais quentes e soalheiros, nas áreas de feição mediterrânea do nosso país, na Terra Quente e vale do Douro em Trás-os-Montes e Alto Douro, na Beira Interior, no Alentejo, no Algarve e nas Ilhas da Madeira e dos Açores onde também fora cultivado".

Fonte do texto: José Alves Ribeiro, Eng. Agrónomo, Professor Emérito da UTAD
Fotografias: Aníbal Gonçalves; a primeira em Samões e a segunda em Vale Frechoso, ambas no concelho de Vila Flor.
Recursos online:

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